sábado, 25 de agosto de 2012

As Partes da Missa

A celebração da Missa se divide em 4 partes: Ritos Iniciais, Liturgia da Palavra, Liturgia Eucarística e Ritos Finais.

Os Ritos Iniciais: é uma introdução à celebração da Missa, visa criar disponibilidade na assembleia para receber a Palavra de Deus. Um início acolhedor criará logo a sintonia de todos e despertara entusiasmo na participação. A celebração devera ter um clima muito humano, de festa pelo reencontro com os irmãos. Os Ritos Iniciais é composto por: Comentário Inicial, Procissão e Canto de Entrada, Saudação do Presidente, Ato Penitencial, Glória, Oração da Coleta. E se tiver, Entrada da Bíblia.

Comentário Inicial: consiste numa breve motivação para a celebração, não é o momento de explicar o sentido das leituras, pois na liturgia o essencial é a consciência do mistério celebrado e não os gestos exatos e as fórmulas bem pronunciadas. O comentário nos insere no mistério ou solenidade celebrado. Aqui também podem ser lembrados os motivos pelos quais celebramos.
Procissão e Canto de Entrada: caminhar em procissão lembra a caminhada do povo de Israel rumo à terra prometida, lembra nossa caminhada pelo deserto da vida rumo à pátria celeste. Na missa caminha-se em procissão na Entrada, na Apresentação da Palavra, no Ofertório e na Comunhão. O canto não é para acolher somente o presidente, mas toda a assembléia que participa. Em festas e solenidades pode se fazer à procissão de entrada que é composta por: turíbulo (quando houver), cruz processional, vela, lecionário, cartazes, imagens, leitores, ministros da eucaristia, coroinhas, diáconos, o padre e o bispo (quando estiver presente). A cruz entra e vai para a sacristia. Obs.: Os que levam algum material litúrgico, não fazem vênia para o altar.
Saudação Presidencial: chegando ao altar o presidente da celebração e os ministros fazem a vênia em direção ao altar, o presidente e os concelebrantes então beijam o altar em sinal de carinho e reverência por tão sublime lugar. Por mais incrível que possa parecer o local mais importante de uma igreja é o altar, pois ao contrário do que muita gente pensa, as hóstias guardadas no sacrário nunca poderiam estar ali se não houvesse um altar para consagrá-las.
Continua-se a celebração com o sinal da cruz que pode ser rezado ou cantado, após, o presidente se dirige ao povo com uma das fórmulas usadas por São Paulo em suas cartas, isso nos lembra que participamos da celebração litúrgica em união com a Igreja do mundo inteiro.
Ato Penitencial: o momento de silêncio é para que cada um tome consciência de sua condição de pecador e se arrependa de seus pecados cometidos durante o dia ou da semana. Após o exame de consciência, canta-se ou recita-se a tradicional aclamação “Senhor tende Piedade de nós”, termina com a absolvição feita pelo presidente da celebração. Esse perdão é só para aqueles que se confessam sempre e que não estejam em pecado grave e que participam todos os domingos da Santa Eucaristia.
Hino de Louvor: conhecido como Glória, é um antigo Hino de Louvor, nele a Igreja reunida pelo Espírito Santo, entoa louvores ao pai e dirige súplicas ao filho, é um hino próprio para o povo cantar.
Oração da Coleta: após o glória o Presidente diz “Oremos”, faz então uma pausa para que cada um coloque diante de Deus sua motivações para aquele momento, esta oração visa reunir todos os sentimentos e intenções da comunidade que celebra. O Amém da assembleia significa que ela está de acordo. Até este momento se fica de pé, em sinal de prontidão em caminhar ao encontro do Senhor.

Liturgia da Palavra: a Palavra proclamada não só instrui e revela o mistério da Salvação, realizada através da história, mas torna o Senhor Jesus realmente presente no meio de seu povo. Na Leitura é Deus quem fala a seu povo por meio dos ministros, que devem proclamar a Palavra e não apenas lê-la. A Bíblia deve ocupar lugar especial na celebração. A liturgia da palavra é composta de Entrada da Palavra (se necessário), Primeira Leitura, Salmo, Segunda Leitura (Domingos, Solenidades e Festas), Evangelho, Homilia, Profissão de fé, Oração da Assembléia (preces). Aqui também cabe ressaltar que só é feito um comentário antes da primeira leitura, e não um resumo das mesmas antes de cada uma. (Ver Nota da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia aos redatores dos “folhetos litúrgicos” a respeito das monições (comentários) antes da Liturgia da Palavra)image

Entrada da Palavra: ou procissão da Bíblia, em algumas comunidades ou até mesmo em missas solenes faz-se a entrada solene da bíblia, trazida pelas pessoas da assembléia e levada até o altar. Neste momento canta-se uma música que nos fale da Palavra e de sua importância em nossa caminhada de cristãos.
Primeira Leitura: é tirada do antigo testamento, onde se encontra o passado da História da Salvação. O próprio Jesus nos fala que nele se cumpriu o que foi predito pelos Profetas a respeito do Messias. A leitura termina com “Palavra do Senhor” e a assembléia responde “Graças a Deus” Não é conveniente que se diga: Liturgia da Palavra; Primeira Leitura; ou mesmo a frase que antecede a leitura.
Salmo Responsorial: é a resposta orante da Assembléia. Deus fala, a comunidade responde com um salmo. Nos Domingos e dias de Festas, de preferência deve ser cantada as estrofes e recitadas com calma, dando tempo para meditá-las. Nunca se pode substituir o salmo por outro canto qualquer.
Segunda Leitura: é sempre tirada das Cartas de Pregação dos Apóstolos (Paulo, Tiago, João etc.) às diversas comunidades e também a nós, cristãos de hoje, pretende iluminar a prática pastoral das comunidades.
Aclamação ao Evangelho: a assembléia de pé acolhe a Palavra, por excelência o próprio Jesus que nos fala. Mediante o canto alegre e vibrante do Aleluia (exceto quaresma e advento) manifestamos a alegria de tê-lo entre nós. Em missas solenes pode-se haver uma procissão com o Evangeliário e incensá-lo antes da proclamação.
Proclamação do Evangelho: Quem preside a celebração ou o Diácono, proclama o evangelho do dia, às vezes é cantado para sublinhar o caráter de festa. Nos domingos do tempo comum de modo geral, lemos um evangelho a cada ano. Mateus (ano A), Marcos (ano B), Lucas (ano C), o evangelho de João entra, particularmente, na Quaresma e Tempo Pascal. A proclamação do evangelho é o ponto alto da celebração, marcamos com uma cruz (persignação), a testa, a boca e o peito, exprimindo o desejo de que a palavra nos guie em tudo o que pensamos, dizemos e fazemos. A proclamação termina sempre com “Palavra da Salvação”, a assembléia responde “Glória a vós, Senhor”, o evangelho é reverenciado com um beijo de quem proclamou. A Palavra de Deus solenemente anunciada, não pode estar "dividida" com nada: com nenhum barulho, com nenhuma distração, com nenhuma preocupação.
Homilia: ou Reflexão, aquele que preside dirige-se a assembléia num momento de partilha. Não é explicação, mas atualização da Palavra de Deus ouvida para a nossa realidade. Ajuda a comunidade a aprofundar a Palavra á luz de nossa vivência. Deve questionar a comunidade e levá-la a conversão. É importante escutar com respeito e atenção, pois não se trata de palavras de ontem, mas Palavra para o nosso hoje.
Profissão de Fé: A comunidade professa sua fé em comunhão com os ensinamentos da Igreja e pela liturgia da palavra, confessando crer em toda doutrina Católica, no perdão dos pecados e na presença viva de Jesus. É rezado todos os domingos e solenidades. É uma espécie de assinatura da comunidade selando seu compromisso com o Deus que fala, é praticamente o fecho da liturgia da palavra. Há duas formas o símbolo dos Apóstolos (mais curto) e o símbolo Niceno-Constantinopolitano (mais longo) que surgiu após os concílios de Nicéia e Constantinopla.
Preces da Assembléia: a comunidade celebrante abre o coração e expressa seus sentimentos, rezando. As preces dos fiéis trazem para dentro da assembléia o mundo todo, a Igreja, todos os necessitados. E fazem pedidos para as necessidades da própria comunidade e das pessoas que a compõem. Não bastam ler algumas intenções bem formuladas, elas devem ser a expressão das necessidades da Igreja e da comunidade local. No momento das preces, o animador apenas diz: “Após cada prece, nossa resposta será [...] . Não é necessário fazer grandes locuções ou pedidos, pois Deus conhece as nossas necessidades.

Liturgia Eucarística: da mesa da palavra passa-se à mesa da eucaristia,clip_image001 nossa atenção concentra-se agora no altar. Para solenizar este momento faz-se a procissão das ofertas: pão, vinho e símbolos da comunidade. Cada Cristão é convidado a fazer-se oferta, segundo o pedido de Paulo: “Peço que vocês ofereçam os próprios corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus” Rm 12,1. A liturgia Eucarística se divide em 3 partes: Apresentação e Preparação das Ofertas, Oração Eucarística com a Consagração e o Rito da Comunhão, que também se subdividem.

· Apresentação e Preparação das Ofertas: durante a procissão das oferendas, canta-se o canto das ofertas. Neste momento as pessoas fazem espontaneamente a própria oferta para as necessidades da comunidade e da igreja. E de fato, este momento do ofertório só tem sentido se reflete nossa atitude interior de dispormos os nossos dons em favor do próximo. Estamos habituados a chamar este momento de ofertório, mas trata-se de apresentação das oferendas. É a expressão de comunhão de pessoas capazes de colocar em comum o que são e o que possuem para distribuir conforme a necessidade da própria comunidade significa gesto de partilha entre os irmãos. Nunca se faz procissão das oferendas sem o vinho e o pão, ou seja, cálice e âmbula. A procissão das ofertas pode ter vários outros elementos, mas esses dois são essenciais.

Oração sobre as oferendas: terminado o canto o presidente convida a assembléia a ficar de pé e a se unir numa só oração, dizendo: “Orai irmãos e irmãs...”, faz a oração das oferendas que é própria do dia e nela pede a Deus que aceite as ofertas do povo, a comunidade responde Amém.
Oração Eucarística: começa então a Oração Eucarística, centro de toda celebração, a assembléia esta de pé e se ajoelha (momento de respeito), no Brasil temos 14 Orações Eucarísticas, sendo 3 para missas com Crianças, 2 sobre reconciliação, 4 para diversas circunstâncias e 5 mais comuns. Pode-se escolher aquela em que há maior unidade com o tempo litúrgico ou festa celebrada. Geralmente, os folhetos litúrgicos apresentam a Oração Eucarística mais apropriada para o tempo litúrgico.
Rito da Comunhão: Pai Nosso: O Pai Nosso, não é apenas uma simples fórmula de oração. Antes de ser ensinado por Jesus, o Pai-Nosso foi vivido plenamente pelo mesmo Cristo. Portanto, deve ser vivido também pelos seus discípulos. Com o Pai Nosso começa a preparação para a Comunhão Eucarística. Essa belíssima oração é a síntese do Evangelho. O Pai Nosso é recitado de pé, com as mãos erguidas, em posição orante, ao seu término não se diz o amém, pois a oração seguinte “mas livrai-nos do mal” é continuação do Pai Nosso, a assembléia responde com: “Vosso é o reino...”.
Abraço da Paz: depois de rezar “Senhor Jesus Cristo, que dissestes...” (que é uma parte rezada somente pelo presidente da celebração) o presidente convida a assembleia a se saudar fraternalmente. Partilhamos a fraternidade em paz, é uma ótima oportunidade de fazer as pazes com alguém. Pode- se cantar um hino de paz, ou até mesmo fazer uma motivação sobre a paz, mas nunca ficar de conversas paralelas.
Fração do Pão: é o gesto de repartir o alimento que é destinado a todos os que crêem no dom do Senhor e não recusam recebê-lo. Faz-se a mistura do fragmento da hóstia consagrada no vinho, simbolizando a unidade da Igreja Universal. Por isso, a assembleia comunga somente o pão, que agora é o Corpo do Senhor. Este gesto é acompanhado pelo canto do Cordeiro de Deus, onde a assembleia invoca o Senhor com as palavras do Evangelho de João.
Convite a Ceia: após rezar algumas orações próprias o presidente mostra o corpo do Senhor e faz o convite: “Felizes somos nós...” a assembléia responde: “Senhor eu não sou...”. Salientam-se aqui dois pontos: nunca estaremos à altura do dom que nos é dado, apesar disso confiamos na misericórdia divina e também não faz sentido dizer coisas assim: “Quem estiver preparado...”, pois acabamos de dizer que não somos dignos.
Comunhão: comungar a hóstia e o vinho consagrados significa que queremos estabelecer a comunhão fraterna com todos. Por isso nos aproximamos da mesa da eucaristia alegres e cantando. Não é lugar de conversar e de reencontrar velhos amigos, é momento de receber Jesus que se faz presente no Pão consagrado. O silêncio após a comunhão visa dar maior sentido e profundidade a oração pós-comunhão que vem a seguir.
Oração Pós-Comunhão: o presidente de pé convida a oração dizendo “Oremos”, geralmente essa oração pede a Deus a graça de ser coerente com aquilo que celebramos.
Ação de Graças: após a distribuição da Eucaristia e terminando o canto de comunhão, se necessário, pode ser feito a ação de graças. Este é o momento oportuno para se agradecer com uma oração ou um canto. Não se deixe vencer pela pressa de sair da Igreja, agradeça do melhor modo possível. Evite ao máximo, fazer mensagens de ação de graças extensas e cansativas.

Ritos Finais: É hora da reflexão final. Tudo que sentimos e vivemos, será completado pela benção final, pelas mãos do Sacerdote, Deus nos abençoa. É preciso valorizar mais e receber com fé a benção solene dada no final da Missa. E a Missa termina com a benção. Ao deixarmos o interior da Igreja, a celebração deve continuar em cada momento de seu dia-dia, pois Jesus não ficou no altar, mas está dentro de cada um de nós. Estamos fortalecidos e prontos para vivenciar a salvação. Olhando o mundo de nova maneira, acolhendo bem a todos os irmãos, praticando a caridade e fraternidade, principalmente com os excluídos deste mundo, aos doentes, presos, marginalizados e com aqueles que não conhecem a Jesus, ensinando-os a conhecê-lo. Só assim, a Santa Missa terá o verdadeiro sentido e nos fará caminhar e aproximar-nos cada vez mais da vida eterna junto à Santíssima Trindade. Os ritos finais compreendem: Avisos da Comunidade, Benção Final e a Despedida.

Avisos da Comunidade: é o momento ideal para dar avisos que sejam relacionados ao andamento da comunidade, fazer homenagens, acolher os visitantes, lembrar os aniversariantes etc. Deve-se sempre tomar cuidado com aquilo que vai ser falado, como por exemplo, ver se o aviso está bem elaborado, não faltando dados essenciais. Os mesmos devem ser curtos, porém completos e de fácil compreensão.
Benção Final: ajusta com o sinal da cruz dos Ritos Iniciais onde marcamos nosso corpo com o sinal da cruz e com a presença da trindade. Na benção final é a própria Trindade que nos acompanha pela vida. Em ocasiões especiais há formulários próprios de benção (Advento, Natal, Páscoa, Pentecostes, festas de Maria, dos Apóstolos...).
Despedida: o presidente da celebração ou o diácono despede a assembléia em paz. Todos voltam para casa com mais alegria e esperança. Não se deve sair antes que tenha terminado a celebração, o primeiro a sair é quem presidiu a celebração.

Pe. Denison Carlos Nascimento Costa

Paróquia Nossa Senhora do Livramento

Paróquia Santo Antônio

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